sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

BORDEAUX - VINHOS BY BETO RANIERI

Foi em São Paulo que o comandante Roberto, em uma noite inspirada, reuniu uma tropa de elite para enfrentar uma missão praticamente impossível.




No grupo, além do Beto e deste cronista, estavam perfilados Filipe Xavier, Jorge Martinez, Antonio Carlos Nascimento, Fernando Navarro, Fernando Radoan, Eugênio de Zagotis e Tadeu Moreno.

A caça ao tesouro não obedeceu regras restritivas, como costumam ditar os enochatos metidos a sabichões. Pelo contrário, foi um processo de visadas sucessivas de pérola em pérola, num ambiente descontraído onde não faltaram conhecimento e vivência.



Foi o painel de vinhos Bordeaux e os exemplares ícones degustados que tornaram a missão "quase impossível" pois deveriam ser apontados os melhores dentre rótulos como:

Château Margaux 2001, vigoroso, ataque impetuoso de taninos devido a sua juventude, textura gorda, enfim um excelente vinho, com capacidade ainda para amadurecer pelo menos mais uns 5 a 10 anos. Para mim, foi o primeiro classificado. Aliás, na conceituada Cata de Berlim, votei e vi classificado em primeiro lugar um Margaux.

Château Haut-Brion 1996, bem evoluído na cor, aromas e sensações de boca delicados, lembrando café e palha. Envelheceu antes do tempo, porém com muita nobreza. Estava no momento máximo para ser tomado.

Château Pavie 1er Gran Cru Classé de Sain Émilion 1998, vigoroso, vivaz, pleno preenchimento do centro da boca, carnudo e mastigável. Suportaria muito bem mais alguns anos. Nível de excelência bem próximo ao do Margaux.

Vieux Château Certan Gran Vin Pomerol 1996, bem evoluído na cor, aromas e sensações de boca delicados lembrando caramelo, tabaco suave e sutis toques mentolados. No máximo de sua madurez, porém com muita nobreza.

La Mission Haut Brion 2002, cor jovem, lágrimas copiosas, incisivo ataque no nariz e na boca. Bem estruturado, agradável equilíbrio. Um vinho excelente, apesar de ter sido vítima de uma pedofilia enológica praticada por nós todos.

Château Gran Puy Lacoste de Pauillac 1986, um vinho muito bem amadurecido, sem sinais de fraqueza, aromas de camurça, caixa de charutos e frutas em compota. Excelente.

Château Beychevelli de Saint Julien Gran Vin 1997, inteiro, boa estrutura, boca equilibrada e de final muito agradável. Vinho muito bom.

Reserve de la Conteste de Pauillac 2003, vinho muito jovem, com alguma agressividade na boca que só uns bons anos de amadurecimento poderiam acalmar. Antevendo suas qualidades com mais uns oito anos, fica classificado de excelente. Bebido antes do temo correto, foi outro caso de pedofilia enológica!

Château d'Yquem Sur Saluces de Sauternes 1991, comentar este que é o néctar dos néctares é a mesma coisa que chover no molhado. Excelente. Se eu fosse Napoleão teria levado esse vinho para dar sentido aos anos derradeiros na ilha de Santa Helena!


VINHOS DE MAIOR GUARDA: BETO COM SACA-ROLHAS DE LÂMINAS!




ESTA GARRAFA ESTÁ SENDO CUIDADOSAMENTE VIGIADA POR MIM!

Fora do tema, o italianíssimo Tignanello 1982, corte de Sangiovese com uns pingos de Cabernet Sauvignon, do Val di Pesa, assinatura Antinori. Um vinho 1982 com a saúde e a estrutura deste Tignanello, merece a classificação excelente. Para mim ganhou classificação paralelamente ao Margaux.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro, Sérgio, que espetáculo de descrição de uma noite soberba. Muito obrigado por seu conhecimento, companhia e grande simpatia. Você é verdadeiramente um PREMIER GRAND CRU !!!
Forte abraço,
FILIPE XAVIER