quinta-feira, 17 de março de 2011

CONFRARIA DOS SOMMELIERS: SIMPLESMENTE PASSANDO EM BRANCO

A Confraria dos Sommeliers realizou um painel de vinhos brancos autóctones da Europa, deixando de lado as castas mais comuns Chardonnay e Sauvignon Blanc a fim de se aventurar por uvas menos presentes no mercado.

A questão de uma variedade ser autóctone é muitas vezes mal entendida pela simples falta de conhecimento das raízes históricas do nascedouro das castas.

O berço original das videiras foi a parte mais norte do planeta. Com o resfriamento das regiões polares, as videiras originais (gênero Vitis, subgênero Euvitis) se dividiram em três troncos: Americano, Euro-asiático e Asiático.

O tronco Euro-Asiático se estabeleceu definitivamente na região caucásica dominada principalmente pela Armênia, Geórgia e Turquia. Ali floresceram as primitivas variedades viníferas, destaque para a branca Rkatsiteli que oferece vinho branco até nos dias atuais.


Com a expansão do mundo através do Mediterrâneo, as videiras foram sendo disseminadas nas muitas “colônias” fenícias, gregas e romanas. Ao longo de muitos séculos, elas foram se aclimatando a cada terroir específico e sofrendo sucessivas mutações somáticas. Deste processo milenar surgiram, por exemplo, as francesas Chardonnay, Chenin e Sémillon, as italianas Verdicchio, Traminer e Trebbiano, a alemã Riesling, a espanhola Airén, a portuguesa Arinto e assim por diante.

A sessão em branco da Confraria dos Sommeliers fse deu no restaurante La Casserole, com a hospitalidade impecável do sommelier Tom e foi interessantíssima.


Pudemos conhecer, relembrar e degustar os seguintes vinhos / castas:

1. Alain Brumont – Château Montus – Pacherenc du Vic-Bilh - 2007 – vinho do Madiran, França, das castas Petit Courbu e Arrufiac.

2. Maitre de Chais – Petit Arvine - 2008 – elegante vinho da casta Petit Arvine, histórica do Valais, Suiça.

LUCIANE CARVALHO - SOMMELIÈRE DO RASCAL

3. Dobogó – 2005 – da casta conhecida típica Furmint, Hungria.

4. Bott Geyl – biodinâmico – 2008 – da conhecida casta Rieslig típica da Alemanha e da Alsácia.

5. D. Filipe – 2009 – vinho verde da conhecida casta típica portuguesa Loureiro.

6. Planeta – Cometa – 2009 – da desconhecida casta Fiano, da Campania, Itália.

7. Salmariano – 2008 – Marotti Campi – da conhecida casta Verdicchio, da parte central da Itália, DOC Verdichio dei Castelli .

8. Fiorile – 2009 – Duca del Castelmonte – da casta Grecanico Dorato, casta da Sicilia, Italia.

9. Collio – 2008 – da casta em processo de resgate no Friuli, Schioppeto Friulano.

10. Trinbach – 2007 – do tradicional produtor alsaciano Trimbach, com a conhecida Riesling da Alsacia, França.

11. Umani Ronchi – 2008 – da conhecida casta italiana Verdichio.

Matéria completa com comentários, notas e classificações você terá no próximo número da revista Prazeres da Mesa.

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