segunda-feira, 30 de maio de 2011

BENVENUTO BRUNELLO - PROMOVE SEUS VINHOS NO BRASIL

Benvenuto Brunello é uma iniciativa organizada pelo ICE – Instituto Italiano para o Comércio Exterior, entidade governamental ligada ao Ministério Italiano do Desenvolvimento Econômico, em colaboração com o Consorzio del Vino Brunello di Montalcino.

A iniciativa traz ao país 32 produtores italianos, num esquema de programação de degustações, seminários e rodadas de negócios entre os produtores italianos e operadores locais, a fim de dar visibilidade aos rótulos dos participantes, aumentar e diversificar as exportações deste segmento de excelntes vinhos Made in Italy para o mecado brasileiro.

Benvenuto Brunello chega ao país promovendo um dos melhores e mais premiados vinhos italianos, o Brunello di Montalcino (DOCG), além do Rosso di Montalcino (DOC) e as últimas safras dos vinhos Moscadello di Montalcino (DOC) e Sant’Antimo (DOC).

Os eventos acontecerão nos dias 07 de junho (terça-feira), em Campinas no Hotel Royal Palm Plaza, e no dia 08 de junho (quarta-feira), em São Paulo no Hotel Unique. O programa do evento consta de uma primeira parte com encontros entre produtores e importadores e a segunda conposta de seminário e degustação.

Segundo Emilio Pelizzon, analistas do setor do ICE, os produtores italianos chegam com o objetivo de conhecer e abrir novos mercados, bem como investir em parcerias estratégicas. “A ação promove os produtos da região e desenvolve uma rede comercial que permite às empresas locais buscarem novas oportunidades de negócio em mercados potenciais, como é o caso do Brasil”.

(Benvenuto Brunello - Maiores informações: 11 5092-3248)







VINHOS BRASILEIROS DE QUALIDADE QUE VÊM DOS PAMPAS

Os vinhos brasileiros de qualidade estão despontando em novos terroirs apoiados por climas adequados à produção de uvas com predicados especiais. Dom Pedrito é parte dos pampas da Campanha Gaúcha, faixa de terras ao longo da divisa com o Uruguai, na qual o clima oferece intensa insolação de dia alternada com o frio das noites, ao longo do periodo de frutificação da videira. Somam-se aí, a exiguidade de chuvas e a composição granítica do solo, desenhando assim um terroir com especiais condições para a vitivinicultura.

Neste cenário da latitude 30° 58', a família Hermann Pötter, muito forte nos agronegócios, a partir de 2003 cravou seus 20 hectares de vinhedos, com mudas importadas da França e da Itália, num encepamento formado pelas variedades Chardonnay, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer, Tempranillo, Merlot, Tannat, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir. Este é padrão de condições de que dispõe a Vitivinicultura Estância Guatambu.

As 5.000 garrafas de Cabernet Sauvignon 2008 esgotaram-se em apenas 4 meses! A safra de 2009 com 12.000 garrafas numeradas teve amostras muito bem avaliadas em vários concursos. Animada por esse sucesso, a Guatambu procurou um dos maiores especialistas em vinhos brancos e espumantes, em atividade no Brasil, o enólogo uruguaio Alejandro Cardozo. O resultado foram rótulos de muita expressão lançados em 2010: Gewürztraminer Luar do Pampa, o Sauvignon Blanc Ecos do Pampa e o espumante champenoise Guatambu Extra Brut (100% Chardonnay).


Experimentei o Luar do Pampa 2011, um vinho de cor amarelo palha delicado, reflexos verdeais, nariz de frescor típico composto por aromas florais de rosas sobre frutas como a maçã verde, ameixa branca e lichia. Na boca tem a untuosidade dos seus 12.7% de álcool, equilibrado na acidez correta, toques da flor jasmim e a delicadeza da fruta jambo. Bom preenchimento da boca, final longo e muito agradável. Um típico e muito bom exemplar da variedade Gewürztraminer.


Por sua vez, o espumante champenoise Guatambu Extra Brut 2010, 12.5% de álcool, varietal de Chardonnay, elaborado a partir da prensagem direta das uvas, clarificação estática a frio, 25% do vinho base com passagem por carvalho francês de primeiro uso, fermentação na própria garrafa com 10 meses de permanência em contato com as leveduras mortas. A cor cristalina verdeal com tons platinados denuncia a paternidade do enólogo Alejandro. Perlage fino e intenso. No nariz, os aromas de frutas brancas como ameixa, pêra e pêssego, tem como contraponto um elegante tostado e os toques de leveduras. Na boca oferece um incisivo preenchimento sobre a língua com explosão de cremosidade intensa e agradável. O paladar identifica frutas delicadas, leveduras e acidez refrescante. Longo final de boca que deixa sensação de frescor e de grande agradabilidade. Um ótimo espumante!

(contatos comerciais: fitvinhos@uol.com.br / José Roberto)

sábado, 28 de maio de 2011

VINICOLA ANAKENA - COSTAZZURRA MOSTRA NOVIDADES

A Importadora Costazzurra tem em seu portafólio de bebidas vários vinhos da conhecida vinicola chilena Anakena em seus vários níveis de preço: na linha básica Varietal, os rótulos Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Carmenère e Cabernet Sauvignon; na linha Reserva, os rótulos Carmenère e Cabernet Sauvignon; na linha Single Vineyard,  os rótulos Pinot Noir, Viognier, Malbec e Carmenère; e na linha Ona, os rótulos Syrah e Pinot Noir.


Na noite de 25 de maio, próximo passado, no restaurante paulistano Aguzzo, foi realizado um jantar harmonizado informal com a presença e as explicações do engenheiro agrônomo Sérgio Cuadra, enólogo da vinícola Anakena, cuja experiência profissional é muito interessante. Começou como garçom, passou pela sommelieria, graduou-se em engenharia com ênfase em Enologia, fez especializações na elaboração de vinhos em vários países importantes. No Chile trabalhou para várias vinícolas relevantes até assumir o cargo de Enólogo-Chefe da Anakena


A Vinícola Anakena tem vinhedos em várias regiões chilenas e adota práticas sustentáveis de vitivinicultura, presenvarndo meio ambiente nos vinhedos, assistindo o meio social do entorno de suas propriedades e trabalhando sob condições de economicidade na produção dos vinhos.

O jantar teve início com a degustação do Single Vineyard Viognier 09, 13.5%, álcool incisivo equilibrado na acidez bem presente, nariz e boca lembrando frutas como fruta do conde e o jambo, sobre um traço de flores brancas que traziam ligeiro amrgor. Bom casamento com o Carpaccio di pesce freschi con bottarga al vino blanco (finas fatias de peixe fresco com ova de tainha curada, com emulsão de vinho branco).


O primeiro vinho tinto foi o ONA Pinot Noir 08, 13.5%, dos vinhedos de Leida (San Antonio), corpo leve, boa acidez, taninos delicados e macios, boca fresca de frutas vermelhas maduras como a cereja e toques de ervas sobre tons da flor violeta. Boa harmonização com o Culingioni alla Sarda e aromi di limoni (raviolis recheados de ricota e queijo pecorino suave com raspas de limão siciliano).


Finalmente, ocorreu o pré-lançamento do vinho de alta gama, ALWA 07, corte de Cabernet Sauvignon 85%, Carmenère 6%, Syrah 6% e Carignan 3%, passagem de 24 meses em barricas francesas, aroma de cereja madura, toques apimentados, talvez mentolados, presença discreta de baunilha e traços claros de amêndoas. Final de boca longo, com agradável achocolatado. Combinação perfeita com Brasato di manzo al vino rosso (carne bovina especial assada ao vinho tinto típico do Piemonte, servida com gnocchi na manteiga e salvia).


Encerrando o jantar foi servido o Late Harvest Anakena 2009, um Single Vineyard que esteve muito bem com sbremesas a base de chocolate e sorvete.






sexta-feira, 27 de maio de 2011

VINHOS ALEMÃES - A SURPREENDENTE NOVA GERAÇÃO

Há mais de duas décadas o vinho branco alemão dominava as recepções no Brasil, com seu toque adocicado e baixa graduação alcoólica. O mais badalado vinha nas famosas garrafas azuis. Era a fase  de um vinho alemão típico, encabeçado pelo Lienfraumilch, que teve o grande mérito de atrair a geração coca-cola e fazer dela novos apreciadores de vinho.

Mas o estilo do vinho alemão da época sofreu conseqüências indiretas de um grande escândalo ocorrido com o vinho austríaco e quase desapareceu do mercado brasileiro.

Essa lacuna deu oportunidade para que se conhecesse melhor  os Qualitätswein mais expressivos e os vinhos alemães modernos do estilo trocken (seco), com graduações alcoólicas mais altas. 

O vinho alemão moderno mais expressivo que está chegando ao mercado brasileiro vem de práticas vitivinícolas modernas e têm origem na parte meridional do país, especificamente nas regiões de Baden e Württemberg, cujo clima tem semelhanças com o da Borgonha.

MICHAEL DILEWSKI (DIRETOR INTERNACIONAL - DYADE52) E ANTONIO CARRELHA (IMPORTADORA JARDIM DO VINHO) - DEGUSTAÇÃO DOS VINHOS NO NORTH GRILL

Com um clima que oferece mais sol durante o dia e o necessário frio durante a noite, tem-se as condições adequadas para a produção de uvas com maior maturação e vinhos de grande expressão como os tintos Spätburgunder (Pinot Noir), Lemberger e Trollinger, e os brancos Riesling, Traminer e Grauburgunder (Pinot Gris). Um importante diferencial é que a graduação alcoólica varia na faixa de 12 a 14%.

FABIANA QUERUBIM - RESPONSÁVEL PELOS VINHOS ALEMÃES DE BADEN-WÜRTTEMBERG NO BRASIL

Württemberg, coração da Toscana Suábia, registra produção de vinhos há mais de 1500 anos, nas áreas de vinhedos do vale do rio Neckar, cobrindo as encostas das colinas de Cleebronner Michaelsberg e Güglingen Kaiserberg. A produção maior sempre foi de vinhos tintos que eram consumidos mais pelos alemães e agora já podem ser apreciados no Brasil.

A importadora Jardim do Vinho (http://www.jrdimdovinho.com.br/) está trazendo essa nova geração de vinhos alemães, nova para nós brasileiros, e está disponibilizando os seguintes rótulos:

Linha Saint Michael - uvas colhidas das partes baixas das encostas: Trollinger + Lemberger  / tinto; Lemberger / tinto; Riesling / branco; Pinot Meunier (Blanc de Noir) / branco rosado;
Grauburgunder (Pinot Griggio ou Gris) / branco e Lemberger Weissherbst / rosé

COMPARAÇÃO INTERESSANTÍSSIMA: BLANC DE NOIR PINOT MEUNIER - FINO E DELICADO E ROSÉ LEMBERGER WEISSHERBST - VIVAZ E GASTRONÔMICO


Linha Herzog Christoph - uvas colhidas das partes intermediárias das encostas: Justinus K. - varietal da casta típica local Justinus K; Riesling; Spätburgunder (Pinot Noir) e Lemberger.


Linha Emotion - uvas colhidas das partes altas das encostas: Spätburgunder (Pinot Noir) e Riesling.

VINHO DO GELO - EISWEIN - UVAS COLHIDAS A -10°C

Outros rótulos interessantes: Württemberg Güglingen Lemberger e Württemberg Cleerbronner Riesling, Neo Cuvée - Lemberger, Cabernet Mitos e Acolon (castas típicas da região), Espumante Pinoit Meunier (blanc de noir) e Espumante Riesling, e vinho de sobremesa Eiswein.


CRÍTICO ÁLVARO GALVÃO (SENTADO) - OPINIÕES POSITIVAS SOBRE OS VINHOS

A degustação harmonizada no North Grill (Frei Caneca) seguiu a ordem:

Saint Michael Pinot Meunier 09, blanc de noir, 12.5% - untuoso, mélico e frutado. Ótima bebida nas rodas de amigos, reuniões e eventos.
Saint Michael Lemberger Weissherbst 09, 12.5% - morango, acidez agradável. Um vinho gastronômico que se casa bem desde a entrada a pratos menos fortes como a massas e pizzas.
Emotion Spätburgunder 08, 13.5% - leve apimentado, violetas e begônias, café solúvel. Bom acompanhamento para carne assada e carnes mais fortes.
Herzog Christoph Lemberger 08, 14% - frutas maduras, leve toque animal, café e sutis traços apimentados. Um acompanhamento perfeito para pratos mais fortes, caça e cordeiro.
Saint Michael Trollinger + Lemberger  08, 13% - leve adocicado, frutas como melão e melancia, leves traços de chocolate ao leite. Seu perfil indica harmonizações com churrasco, queijos menos carregados e massas em geral.
Eiswein Riesling 07, 12.5% - ótimo acompanhamento para chocolate, sorvete, doces e demais sobremesas.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

VINIVINCI'11 - BONS VINHOS TRAZIDOS PELA IMPORTADORA VINCI

Aconteceu nos dias 24 e 25 deste mês de maio, no Grand Hyatt de São Paulo, mais uma feira de vinhos VINIVINCI, da importadora VINCI, com 44 produtores expositores de 12 países e mais de 240 boas alternativas para se conhecer o que há de muito bom nas mais distintas origens do globo.




CIRO LILA - O CAÇADOR DE TALENTOS

As vinícolas foram: Guardian Peak, Robertson e Rust en Vedre (África do Sul), Kaiken, La Posta, Luca e O.Fournier (Argentina), Rosemount (Austrália), Abgheben (Brasil), Errazuriz, O. Fournier e Terra Andina (Chile), Altavins, Bodegas Mano a Mano, Bodegas Naia, Comenge,  CVNE, O.Fournier, Vega del Castikko, Viña de Nora, Viñas del Cenit, Viñedos del Contino e Viña Tondonia (Espanha), Bohemian (Estados Unidos), Chanson Père et Fils, Château Mas Neuf, Georges Vigouroux e Maison Henriot (França), Tokaji Hétszölö (Hungria), Argiolas, Bel Star-Bisol, Bera, Castellare di Castellina, Cavit, Col. Vetoraz, Conte D'Attimis-Maniaco, Feudi del Pisciotto, Guerrieri-Rizzardi, Lanciola, La Valentina, Le Pupille, Piccini, Podere Monastero, Rocca di Frassinello, Valiano, San Michele Appiano e Spadafora (Italia), Caves São João, Fonseca Port, Monte da Ravasqueira e Quinta do Mondego (Portugal), e Viña Progresso (Uruguai).

Havia um grande número de vinhos destacáveis, mas para não ser cansativo vou apontar alguns de acordo com a minha opinião:

Tintos

Gran Reserva Old Vin Tannat 2006/Viña Progresso/Uruguai
Barbaresco DOCG 2005/Bera/Itália
PigmentumCahors Malbec 2008/Georges Vigouroux/França
Las Brisas Tempranillo 2007/Viñas del Cenit/Espanha
Angheben Teroldego 2008/ Angheben/Brasil
O.Fournier Malbec/Syrah 2005/O.Fournier/Argentina
Constitution Road Shiraz 2004/Robertson/África do Sul
Munda Touriga Nacional2007/Quinta do Mondego/Portugal 



Rosés

Cuvée Compostelle Rosé 2009/Château Mas Neuf/França
Monte da Rabasqueira Rosé 2009/Portugal
Montepulciano d'Abruzzo Cerasuolo 2009/La Valentina/Italia




Brancos

Robertson Chenin Blanc 2009/Robertson/África do Sul
Luca Chardonnay 2008/Luca/Argentina
Angheben Gewürztraminer 2008/Angheben/Brasil
Nora da Neve 2006 - Alvarinho/Viña de Nora/Espanha
Munda Encruzado/Quinta do Mondego/Portugal


ENÓLOGAS DA QUINTA DO MONDEGO - O BRANCO DA CASTA ENCRUZADO 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

PINOTAGE – A SULAFRICANA QUE GANHOU O MUNDO

Em 1925, na Universidade de Stellenbosch, capital do vinho sulafricano, o prof.Abraham Izak Perold cruzou Pinot Noir com Hermitage (Cinsault). O que se pergunta é porque uma das maiores autoridades mundiais de uva e vinho quis cruzar uma princesa francesa, Pinot Noir, como uma humilde e rústica casta do sul francês? Dr. Perold não deixou a justificativa da sua escolha.

Deste cruzamento resultaram apenas quatro sementes. O professor não se abateu e com extremos cuidados pessoais plantou as quatro sementes na sua casa em Welgevallen.

Ao final de 1927 Perold iniciou trabalho na vinícola KWV, em Paarl, para onde se mudou, ficando sua casa praticamente abandonada. A universidade enviou trabalhadores para uma limpeza dos jardins. Outro professor, Dr. Charlie Niehaus, que sabia das quatro sementes, esteve no local e resgatou as quatro videiras.

PROF. KRIEL, UNIV. DE STELLENBOSCH - VINHEDOS DE PINOTAGE DA LABORIE

Niehaus transplantou as videiras francas (sem enxertia) para o Elsenburg Agricultural College, e o Prof CJ Theron fez experiências de enxertia da “Perold’s Hermitage x Pinot” sobre vários cavalos, em 1935, até identificar o melhor par.



Perold entusiasmou-se com as videiras enxertadas e durante uma visita a Theron, mudaram o nome da Perold’s Hermitage x Pinot para Pinotage. Uma das quatro mudas enxertadas mostrou um desempenho muito superior às demais e foi selecionada como material para propagação da nova variedade.


ARQUITETURA TÍPICA (HOLANDESA) DAS VINÍCOLAS SULAFRICANAS

O primeiro vinhedo de Pinotage foi formado na escola de Eisenburg pelo professor C.T. de Waal, que vinificou o primeiro Pinotage em 1941. Mas o primeiro vinhedo comercial da casta foi formado na fazenda Myrthe Grove, em 1943.

No concurso Cape Wine Show, 1962, o Pinotage foi campeão através do Bellevue 1959 e do Kanonkop 1961. Ainda sem grandes méritos como vinho, as premiações mostraram que a Pinotage poderia bater as clássicas em degustações às cegas dos concursos. A vinícola AFW – Stellenbosch Farmer’s Winery foi pioneira ao engarrafar e comercializar o Pinotage 1959 da Bellevue, com o rótulo histórico Lanzerac Pinotage em 1961.


O vinho da Pinotage não repetiu a palidez e o corpo leve da Pinot Noir, como não copiou a maciez da Cinsault, e desde o princípio apresentou aromas próprios de amoras silvestres e um incisivo tanino persistente. Como defeito grave que já foi contornado, aromas químicos de acetona.

Finalmente em 1991, a África do Sul se integrou ao mundo e teve início a produção de vinhos inferiores de Pinotage, Cabernet Sauvignon e Chenin Blanc. No entanto neste mesmo ano, no International Wine and Spirits Competition, Londres, o Pinotage da Kanonkop foi considerado por Robert Mondavi como o “the best red wine” do evento.

Vinícolas exportadoras para mercados sofisticados trabalharam na melhoria do Pinotage com abaixamento da produtividade por videira, antecipação da colheita a fim de garantir uma concentração menor de açúcares. Na adega a fermentação passou a ser conduzida a temperaturas mais altas resultando na evaporação (eliminação) dos ésteres voláteis de acetona. A passagem por carvalho francês trouxe um toque de finura, com especiarias, baunilha e tostados, sobre frutas silvestres pretas e um tanino incisivo e agradável.

Os bons vinhos de Pinotage observa-se a cor púrpura profunda, no olfato um sutil traço de borracha queimada, dominado por um leque de aromas vegetais e de frutas como a ameixa, banana, groselha preta e casca seca de laranja. Não raro, toques aromáticos remetem para o couro de luvas e o chocolate.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

VINHOS DO BRASIL - EVOLUÇÃO E SENTIDO (3 de 10 PARTES)

(3/10) ITALIANOS CRIAM O VINHO BRASILEIRO

Em 1875, teve início um grande fluxo imigratório de italianos para o Brasil com assentamentos desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul que se destinava a substituir a mão-de-obra escrava nos cafezais, a suprir trabalho nas minas de carvão e a colonizar terras no Paraná e Rio Grande do Sul.


O imigrante italiano que se destinou à Serra Gaúcha (RS) enfrentou mata virgem e não encontrou senão terra para ser desmatada e preparada para lavouras de subsistência. Com os alemães dos sopés da Serra Gaúcha foram obtidas mudas da híbrida americana Isabel que se difundiu espetacularmente em praticamente todos os lotes coloniais dos italianos. No início da década de 1880 já se produziam vinhos rúticos nos lotes de cada imigrante.


Bento Gonçalves na última década de 1.800


As primeiras adegas foram instaladas nos quinze últimos anos do século XIX e decretaram o predomínio marcante da casta Isabel, pela sua facilidade de cultivo e pela produtividade exorbitante em termos de vinhos. Vinhos que, diga-se de passagem, apresentavam qualidade nada mais do que minimamente aceitáveis.



O crescimento da vitivinicultura brasileira nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais baseou-se nas híbridas americanas e consolidou a imagem do vinho brasileiro como um produto inferior.


(3/10) ITALIANS CREATE BRAZILIAN WINE
In 1875, there began a large influx of Italian immigration to Brazil with settlements ranging from Espírito Santo to Rio Grande do Sul, which was intended to replace the slave labor on coffee plantations, to supply labor in coal mines and to colonize land in Parana and Rio Grande do Sul

The Italian immigrant who was destined to Serra Gaucha (State of Rio Grande do Sul), only faced virgin forest and found no prepared ground for subsistence crops. With the Germans immigrants on the foothills of the Serra Gaucha branchs of American hybrid vine Izabella were obtained. So that Isabel has spread dramatically in almost every batch of Italian immigrants. In the early 1880's sharp to taste wines were already produced by each of Italian immigrants.

The first cellars were installed in the last fifteen years of the nineteenth century and has enacted a marked predominance of vine Isabel, for its ease of cultivation and exorbitant productivity in terms of wines. Wines which, by the way, had no more quality than minimally acceptable.

The growth of viticulture in the Brazilian states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Parana, Sao Paulo and Minas Gerais was based on the American hybrid and cemented the image of Brazilian wine as an inferior product.

sábado, 21 de maio de 2011

DAMAS SEM COMPOSTURA


As regras básicas são as mesmas do jogo de damas mas, em lugar das pedras, taças de vinho tinto e branco.


Funciona assim: os jogadores vão apostar cada um sua garrafa de vinho, um branco e um tinto. O objetivo do jogo é tomar todo o vinho do oponente e, ao final, ficar também com o que sobrou na garrafa do derrotado.




Cada jogador preenche as suas 12 taças com o vinho que está apostando e, conforme mexe suas taças, trata de ir comendo, ou melhor, bebendo o vinho do outro. Cada taça "comida" no tabuleiro, é uma taça sorvida sob o olhar de "paga-lanche" do adversário.


É uma maniera de tomar vinho de forma lúdica e exercitar ambas as capacidades, a de vencer no tabuleiro de damas e a de resistir beber todo o vinho do jogo. O estabelecimento do grau de dificuldade do jogo é a calibragem do preenchimento das 12 taças.

Uma variante muito interessante é fazer ao contrário: quem perde tem que beber tudo...Até pedir água!

UCS-ICIF - ESCOLA DE GASTRONOMIA / OFICINA DE CULINÁRIA

A UCS-ICIF ESCOLA DE GASTRONOMIA que tem como foco divulgar a cultura e a enologia das regiões da Itália, estará promovendo uma oficina especial de cozinha italiana para abordar: 

PIZZAS, CALZONES E FOCACCIA.


03 e 04/06/2011 - HORÁRIO: Sexta das 18h30 às 22h e no

sábado: das 9h às 12h30min e das 13h às 17h

Carga horária: 12 horas

AULA PRÁTICA

NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS: 24

Ministrantes: Odoaldo Rochefort e Gislaine do Amaral Rochefort

*PROGRAMA:*

FOCACCIAS

Focaccia Bolonhesa com Bacon, De Ervas Finas e Especiarias, Integral.

Cobertura de Tomates e alcachofra, de Calabresa

PIZZAS COM E SEM BORDA RECHEADA

Massa Especial

Molho de Tomates Especial

Coberturas: A Califórnia, Brócolis com Requeijão, Presunto com Palmito, Alho Poró.

CALZONES

Molho de Tomates Fresco

 Recheios: milho, mortadela e queijo minas, calabresa triturada, creme com cerejas.

Investimento: R$ 200,00

Vagas limitadas - Inscrições diretamente na Secretaria da

Escola pelos fones 54 3292 1188 e 3292 3071 até 30 de maio.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

LAMBRUSCO: VOCÊ VAI ENCARAR?

A primeira vez que estive na Emilia-Romana foi para executar um trabalho de selecionar alguns Lambruscos menos terríveis e, entre eles, o menos pior para que viesse a integrar a família de um rótulo genérico de vinhos italianos típicos como Valpolicella, Amarone, Chianti e assim por diante. Mas muito vinho já se passou debaixo das minhas barbas e espero que a idade tenha amolecido minhas intransigências!

A origem do nome Lambrusco tem diversas versões. Segundo uma corrente popular a aspereza do  vinho devida à acidez forte sobre a pobreza de álcool foi definida no dialeto local como "brusc". Outros defendem que  a videira foi trazida pelo rio Sacchia e, num ano que ficou gravado na memória popular pelas condições extremamente adversas para a agricultura, ela tenha brotado expontaneamente na ampla planície emilana, levando o nome de Lambrusco, resultante de "l'am brusc" ou "ano brusco".

Facilidades de transporte no início dos anos 1900, principalmente dos tanques vínicos ferroviários, distribuiram o Lambrusco para outras regiões italianas, como também para a Suiça, Alemanha, França e outros países. O sucesso nesses últimos 40 anos fez com que na Regia Emília fossem estimuladas a transformação dos vinhedos e a modernização tecnológica da vinificação.

As castas básicas oficiais para esse frisante são Lambrusco Montericco, Lambrusco Salamino, Lambrusco Marani, Lambrusco Maestri e Ancellotta (Lancellotta). Obviamente, produtos inferiores lançam mão de variedades mais produtivas de menor custo, porém, de qualidade inferior. Os controles mais rígidos estão a cargo do Consorzio di Tutela Del Lambrusco Reggiano, ao qual estão associados ao redor de 40 produtores, que seguem prescrições técnicas mais acuradas que resultam num Lambrusco de qualidade superior a desses vinhos comuns e baratos que se comercializa no Brasil.

Uma outra diferença está na forma de se garantir o frisante com cerca de 2 a 3 kg de pressão interna na garrafa para gerar a espuma na taça. Nos bons Lambrusco a pressão do tanque fechado, no qual se realiza a fermentação, é transferida para a garrafa na forma mais genuína possível pelo gás carbônico naturalmente gerado. Nada de gaseificação artificial.

Resta-nos aguardar que nossos importadores acrescentem aos lotes que já  vêm trazendo, parcelas de Lambrusco de melhor categoria e cuja qualidade dê para nós encararmos!







quinta-feira, 19 de maio de 2011

VINHOS DE UVAS DESIDRATADAS

Produzidos em muitos países vinícolas, são vinhos doces ou muito doces, geralmente de cor amarelo dourado, elaborados a partir de uvas que tiveram o conteúdo de açúcar aumentado através da desidratação.

A origem dessa prática perde-se nos tempos mas têm-se referências de que já eram produzidos na ilhas mediterrâneas colonizadas pelos fenícios. Conta-se que na ilha de Chipre aos quase mil anos antes de Cristo, tomava-se um vinho de uvas desidratadas conhecido como Cypriot Manna.

Entendo que os fenícios fizeram a primeira grande difusão mediterrânea de vinhos, entre eles, os doces. Por sua vez, os gregos como grandes comerciantes continuaram esse trabalho e, finalmente, os conquistadores romanos trataram de interiorizar os vinhos por toda a Europa.

Os métodos de desidratação das uvas variavam conforme o lugar e o povo, desembocando na atualidade com algumas práticas precisas.


Normalmente os cachos de uva são expostos ao sol sobre esteiras de palha (como o Jerez de la Frontera) ou colocadas em ambiente cobertos, penduradas no teto (como em Cinque Terre - Itália) ou em caixetas (como o Tokaj - Hungria) ou, ainda, deixadas na videira tempos após a ocorrência supermaturação (como o Trockenbeerenauslese – Alemanha, Vin Paillé - França).

Na Itália, os vinhos de uvas desidratadas recebem a denominação de Passito mas são conhecidos pelos seus nomes regionais como Vin Santo, Amarone, Recioto, Sciachetrà e outros.

Um problema grave para os produtores que deixam a secagem ocorrer nas videiras é o ataque de pássaros e animais silvestres, obrigando que seja feita proteção cacho por cacho, como mostra a foto abaixo de um cacho de Moscato Giallo, na Vinícola Santa Augusta (SC).



No Brasil temos em andamento a elaboração do primeiro Passito, da casta branca Moscato Giallo, pela Vinícola Santa Augusta (Santa Catarina), criação do especialista em vitivinicultura Jefferson Sancineto.








quarta-feira, 18 de maio de 2011

VINÍCOLA SANTA AUGUSTA – UMA NOVA ESTRELA BRASILEIRA

As atividades empresariais da família De Nardi situam-se entre as grandes indústrias do estado de Santa Catarina, nas quais se trabalha a excelência técnica e o alto nível gerencial.

Não é de se estranhar que os irmãos De Nardi e duas filhas fossem atraídos pela vitivinicultura de altitude nos altos da região do Vale do Rio do Peixe, em Videira, pela sofisticação e pela possibilidade de elaboração de vinhos de qualidade.

Assim nasceu em 2003 a Vinícola Santa Augusta que se ocupou da preparação do terreno e da implantação dos primeiros vinhedos, numa propriedade de altitude superior aos 1.000 metros. Começando com talhões de Cabernet Sauvignon, Merlot e Moscato Giallo, a seguir, complementados com Chardonnay, Sauvignon Blanc, Cabernet Franc, Carmenère, Malbec e Montepulciano.

Três anos depois foi realizada a primeira vindima e as uvas vinificadas, ainda em caráter exploratório, para um pré-lançamento em 2008 dos vinhos Tapera Augusta 2006, um corte robusto Cabernet Sauvignon / Merlot, um elegante Chardonnay e o refrescante Moscato Giallo. Tive a oportunidade de degustá-los e aprová-los como bons vinhos, além de participar de discussões a respeito do desenho dos rótulos.



Em 2007, na rota de elaboração de vinhos de alta gama, adquiriram propriedade no terroir de Água Doce, norte catarinense, com altitudes no nível dos 1.300 metros, onde formaram vinhedos de Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Prosecco. Esses vinhedos foram plantados em alta densidade de videiras, espaçamento de 0,75 m, e produção máxima de 750 gramas por planta!

Com a produção estimada em 65.000 garrafas por safra, os vinhos e espumantes da Vinícola Santa Augusta entram no mercado brasileiro apenas em restaurantes e casas especializadas.




O porta-fólio da vinícola apresenta 11 rótulos, com meu destaque para:

Cabernet Sauvignon e Merlot – 13%, rubi com faíscas violáceas, notas de amora e ameixa seca sobre sutis toques de hortelã, com elegante madeira tostada. Bom preenchimento de boca com equilíbrio e agradabilidade. Final longo.

Rosé – 12.5%, 70% Cabernet Sauvignon e 30% Merlot, delicado salmão claro, notas frutadas de jabuticaba, amora, morango e rosas. Bom ataque de boca com seu corpo leve, frutas delicadas e acidez adequada. Persistente.



Chardonnay - 12.5%, amarelo claro, notas de fundo de banana e pêra, emoldurando uma tipicidade da altitude na fruta abacaxi. Boca com leve untuosidade, equilibrada pelo abacaxi. Acidez correta e bem equilibrada com o teor alcoólico. Boa persistência.

Espumante Moscatel – 7.4%,Moscato Giallo, amarelo palha mais forte, forte perlage, notas cítricas interessantes (casca de tangerina) sobre toques delicados de papaia, pêra e pêssego. Acidez saliente sobre doçura correta e muito agradável, boca persistente puxada pelas frutas e pela acidez na conta certa.

Rosé Espumante Brut – 12%, 45% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot, 20% Malbec, 12.5% Montepulciano e 12.5% Cabernet Franc, salmão claro, perlage fino e persistente, notas delicadas de morango e pêssego, somadas ao aroma de rosas. Clara acidez formando equilíbrio com a maciez do álcool. Boca muito agradável e persistente.

Espumante Brut Branco – 12%, 54% Cabernet Sauvignon, 16% Merlot e 30% Chardonnay, amarelo palha champanhe, perlage fino, abundante e longo, notas de pêssego, pêra e maçã verde sob a acidez vivaz do abacaxi. O espumante cresce bem na boca, com cremosidade e acidez muito agradável. As frutas dominam o persistente final de boca.

A linha se completa com os vinhos Sauvignon Blanc, Moscato Giallo, Espumante Demi-Sec Branco e Espumante Demi-Sec Rosé.


Mas a jóia da Santa Augusta é o Passito, primeiro produzido no Brasil, elaborado de Moscato Giallo, sob a batuta do Jefferson Sancineto, um dos mais importantes arquitetos de vinhos do país. Aguardem que este mesmo especialista está trabalhando na transformação dos vinhedos para a viticultura biodinâmica!. Esses detalhes serão trabalhados em um artigo especial!

terça-feira, 17 de maio de 2011

TAYLOR’S SCION 1855 - VINHO DO PORTO PRÉ-FILOXÉRICO

A Taylor's, famosa casa de vinhos do Porto, lançou à venda em dezembro último um dos mais antigos e raros Vinhos do Porto, para a alegria de poucos privilegiados, colecionadores ou simplesmente apreciadores desse tipo de vinho especial.

Rotulado Taylor’s SCION, trata-se de um Vinho do Porto pré-filoxérico uma vez que foi produzido com uvas em colheitas que precederam à catástrofe da filoxera. Isto confere não só importância histórica, como evidencia uma raridade, enquanto põe à disposição do apreciador um vinho que descansou 155 anos em casco, sob as condições ideiais das caves da vinícola e, portanto, promete estar em perfeitas condições.


A admirável forma como enfrentou a passagem do tempo conferem importância ímpar a sua descoberta tornando-o um marco na história dos vinhos. O Taylor's SCION 1855 é um dos raros sobreviventes do período pré-filoxérico, tornando-se a testemunha mais viva daquela era perdida. Vinhos como o este nunca mais serão feitos.

Em 2008 David Guimaraens, enólogo da Taylor’s, provou este vinho que repousava num armazém de uma distinta família do Douro, mantendo-o como reserva privada, com a exceção de um casco que dizem ter sido adquirido por Winston Churchill.


Em 2009, o único descendente direto da família morreu sem deixar filhos e seus herdeiros decidiram vender o vinho dos cascos. A Taylor's adquiriu amostras dos dois cascos e constatou que as quinze décadas de envelhecimento em madeira tinham-no concentrado e conferido uma complexidade mágica. Tornara-se uma essência sublime.

Perante tal preciosidade, a Taylor’s decidiu engarrafá-lo em separado num lote com número exclusivo de garrafas, oferecendo ao mundo um Porto de 155 anos, nunca antes engarrafado que, como não podia deixar de ser, serão vendidas numa embalagem extremamente luxuosa.

No total só foram produzidas 1000 garrafas, todas vendidas assim que seu lançamento foi anunciado, sendo algumas poucas reservadas para o Brasil.

Taylor’s SCION é apresentado numa embalagem especial que recorda o período em que este Porto de 155 anos foi feito. Inspirado numa caixa de instrumentos do século XIX, a embalagem tem detalhes artísticos que muito enobrecem o produto. O Porto SCION vem num decanter de cristal soprado manualmente com desenhos exclusivo. A palavra SCION tem dois significados: o herdeiro de uma família nobre e garfo de uma planta, especialmente utilizado para a enxertia.

O Taylor's SCION tem um preço muito elevado, justificado pelas tantas e quantas gerações que se privaram de beber esse néctar e o conservaram para trazê-lo até aos nossos dias. O preço desta caixa especial com o vinho é R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais) e está a venda na Portus Cale, importadora exclusiva dos produtos Taylor´s no Brasil.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

VINHOS DO BRASIL - EVOLUÇÃO E SENTIDO (2 de 10 PARTES)

(2/10) AS AMERICANAS CHEGAM AO BRASIL

Quando as híbridas americanas ganharam os vinhedos europeus na segunda década dos anos 1.800, houve um grande entusiasmo com sua robustez e produtividade e as distintas variedades foram sendo introduzidas em todas as regiões vinícolas do mundo, exceto no Chile.



No Brasil, em torno de 1835 o inglês John Maxwell Rudge ensaiou vinhedo em fazenda na margem esquerda do rio Pinheiros, atual bairro do Morumbi, cidade de São Paulo, enquanto que poucos anos depois, por volta de 1839, o americano Thomas Meister ou Mister Thomas formou seus vinhedos na Ilha dos Marinheiros, Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, imigrantes açorianos foram “emprestando” mudas da Ilha dos Marinheiros e levaram o cultivo da Isabel até Porto dos Casais, hoje Porto Alegre. Quando os imigrantes alemães chegaram ao Rio Grande em 1828, usaram das mudas de Isabel para formar caramanchões de quintal para uva de mesa.

Iniciativas ocorreram com castas viníferas porém sem a menor expressão. A única empreitada importante se deve ao médico e jornalista paulista Pereira Barreto que trabalhou uma forma de combater o preconceito europeu contra a imigração para o Brasil face aio clima tórrido que somente africanos resistiriam.


Dr. Luiz Pereira Barreto, grande estudioso do desempenho de variedades de uva no Brasil.

Produziu finíssimas castas viníferas européias e despachou cachos selecionados para professores conhecidos de Montpellier. Estes ficaram estarrecidos com as amostras de uvas finas brasileiras e escreveram rasgados elogios afirmando que o clima brasileiro não era só para o plantio de café, mas, também, ameno o suficiente para a viticultura de viníferas.

Pereira Barreto não foi empresário de uva e vinho mas suas iniciativas deixaram dois grandes legados ao Brasil:

1. Abriu as portas para a grande imigração italiana a partir de 1875.

2. formou e legou muito material vegetal para que o cidadão Francisco Maremgo montasse o mais importante viveiro de videiras do país.

As videiras híbridas americanas, principalmente Isabel e Catawba, difundiram-se para dominar a vitivinicultura brasileira principalmente a partir de 1875.



(2 / 5) THE AMERICAN COME TO BRAZIL

When the hybrid American won the European vineyards in the second decade of 1800, there was great enthusiasm for its hardiness and productivity and the different varieties have been introduced in all wine regions in the world, except Chile.


In Brazil, around 1835 the Englishman John Maxwell Rudge rehearsed vineyard at the farm on the left bank of the river, the current district of Morumbi, Sao Paulo, while a few years later, around 1839, the American Thomas Meister or Mister Thomas formed his vineyards in island Ilha dos Marinheiros, Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul

In Rio Grande do Sul, Azorean immigrants were "loaning" of seedlings Island Sailors' and took up the cultivation of Isabel Porto dos Casais, Porto Alegre today. When German immigrants arrived in the Rio Grande in 1828, used the seedlings of Elizabeth to have backyard arbors and grape dessert.

Initiatives vinifera varieties occurred but without the slightest expression. The only major contract is due to the doctor and journalist Paulo Pereira Barreto, who worked a way to combat prejudice against European immigration to Brazil face a torrid climate aio that only Africans resist.

European vinifera varieties produced very fine bunches and sent to selected teachers known to Montpellier. They were appalled at the Brazilian samples of fine grapes and wrote high praise by saying that the Brazilian climate was not only for planting coffee, but also mild enough for the vines of grapes.




Francisco Marengo, sun of Benedito, manager of Casa Marengo
Pereira Barreto was not manager of grape and wine but their efforts left two major legacies to Brazil:

1. He opened the door to the great Italian immigration from 1875.

2. formed and bequeathed much plant material for citizens Benedito e Francisco Marengo rode the most important grapevine nursery in the country, Casa Marengo.

The American hybrid vines, especially Isabella and Catawba, spread out to dominate the Brazilian viticulture mainly from 1875.

domingo, 15 de maio de 2011

TANNAT TOP DO URUGUAI NA CONFRARIA DOS SOMMELIERS

No painel do dia 10 de maio da Confraria dos Sommeliers, comandada pelo diretor técnico Renato Manzoli,  degustamos vinhos de alta gama da variedade Tannat, produzidos no Uruguai. Foram 13 amostras das quais uma teve que ser descartada por estar com o defeito bouchonée.


Em 1º lugar com 88 pontos um empate entre duas amostras, a de nº 7 representada pelo vinho Abraxas 2002 da Domínio Cassis e a de nº 13 representada pelo Família Deicas 1er Cru D’Excepción 2005, importado pela Interfood.



Em 3º lugar com 87,27 pontos também um empate entre as amostras de nº 1 representada pelo Ragazza Crianza en roble Tannat 2007 da Antiguas Bodegas Stagnari, importado por Giuseppe Naccari e a amostra de nº 5 representada pelo Angel’s Cuvée Ripasso de Tannat 2006 produzido pelo Viñedo de Los Vientos, sem importador no Brasil.

Em 5 lugar com 87,18 pontos a amostra de nº 6 representada pelo Alto de La Ballena Reserva 2007, com 90% Tannat e 10% Viognier, importado pela D’Olivino.


 
Em 6º lugar com 86,9 pontos outro empate entre as amostras de nº 9 representada pelo Arerunguá Tannat 2002 das Bodegas Carrau, importado pela Vinhos do Mundo e a amostra de nº 12 representada pelo Juan Bautista Passadore Gran Reserva 2006, da Bodega Santa Rosa, importado pela Prime Wine.


Em 8º lugar com 86,81 pontos a amostra de nº 2 representada pelo Don Adélio Ariano Tannat Reserve Oak Barrel 2006, importado pela Santar.


Em 9º lugar com 86,54 pontos a amostra de nº 11 representada pelo LYM Tannat-Tannat 2006 de Gimenez Mendes, importado pela Hannover

Em 10º lugar com 86,18 pontos a amostra de nº 10 representada pelo Bouza Tannat A 8 Parcela Única 2007, das Bodegas Bouza, importado pela Decanter.


Em 11º lugar com 85,54 pontos a amostra de nº 8 representada pelo Gran Tannat Premium Montes Toscanini importado pela Casa Flora e Porto a Porto.


Em 12º lugar com 85,18 pontos a amostra de nº 4 representada pelo CataMayor Grand Tannat 2006 da Castillo Viejo importado pela World Wine.

A amostra de nº 3, Amat Tannat 2005, Bodegas Carrau, importado pela Zahil, lamentavelmente estava bouchonée e foi descartada.










ENOLAB - O CAMINHO DA QUALIDADE DOS VINHOS

Tive o prazer de conhecer as instalações do laboratório do ENOLAB em Flores da Cunha, uma empresa focada na arquitetura da qualidade dos vinhos em toda a sua cadeia de elaboração, desde a viticultura até a enologia, sob o comando de Sandra Maria Trucolo e Jefferson Sancineto.

 
 
No ENOLAB se executa pesquisa aplicada, controle de qualidade de uvas, mostos e vinhos, avaliação dos melhores cortes para vinhos face ao posicionamento mercadológico a que os vinhos se destinam, preparação e treinamento da equipe técnica e de vendas da vinícola, estudo da maturação tecnológica e polifenólica das uvas para definir o momento mais apropriado de colheita de cada variedade para cada terroir, controles específicos para todas as fases da vinificação, avaliação precisa da maturação correta dos polifenóis durante o afinamento dos vinhos tintos em barricas e nos tanques, indicação do ponto adequado para o engarrafamento dos vinhos garantindo os melhores resultados qualitativos, e assim por diante.
 



Além desse suporte, importante e indispensável à elaboração de um bom vinho, a empresa emite protocolos técnicos, promove apresentações dos vinhos ao cliente, oferece palestras técnicas, assessora a redação de todos os documentos de divulgação da vinícola, inclusive dos rótulos.


O Eng.Agrônomo, Enólogo e Sommelier Internacional Jefferson Sancineto Nunes, é presidente da FSI - Federação Sommelier Internacional, executivo técnico do ENOLAB, empresa que tem na sua carteira clientes de peso do setor vitivinícola brasileiro, como Vinícola Pericó e  Vinícoa Santa Augusta. No meu constante acompanhamento da evolução dos vinhos brasileiros tenho testemunhado o trabalho do Jefferson que é dos mais profícuos pela evolução da nossa vitivinicultura.



O ENOLAB está quebrando paradigmas nos usos e costumes dos nossos produtores, promovendo mudanças radicais na forma como estão sendo produzindo suas uvas. A consequência dessa assessoria pode ser observada nos vinhos produzidos dentro desse novo modelo com uvas de melhor qualidade, que se mostram mais típicos, menos herbáceos e mais frutados.




Segundo Jefferson , o Brasil conseguiu nos últimos 6 anos um melhoramento muito grande na qualidade dos vinhos elaborados, principalmente os tintos. Essa mudança, embora tenha sido significativa, ainda está muito aquém do potencial dos diversos terroirs brasileiros: "Quando os produtores de vinho realmente mudarem a forma como as uvas são produzidas, a qualidade dos vinhos aumentará muito mais. Para isso mudanças de conceito, da arquitetura e do manejo dos vinhedos são necessários. Um enológo competente até consegue fazer um ótimo vinho com uma ótima uva, mas se as uvas forem de baixas qualidade, os vinhos nunca serão suficientemente bons".





sábado, 14 de maio de 2011

ÍCONES FRANCESES E ITALIANOS COM RABACHINO

O programa foi mais um evento delineado pelo perfeccionista vinhateiro das altitudes catarinenses, o empresário Wander Weege, dono da Vinícola Pericó. Fui em voo de carreira até Florianópolis. Lá me encontrei com o jornalista João Lombardo e o restauranteur no Balneário de Camboriú, Guilherme. Todos em operação precisa, fomos apanhados pelo Wander e seguimos em helicóptero para Flores da Cunha (RS), para o encontro no ICIF.

A história do ICIF - ITALIAN CULINARY INSTITUTE FOR FOREIGNERS teve seu começo em Turim em 1991, por iniciativa de um grupo de chefs italianos de prestígio internacional e de líderes formadores de opinião do setor. Em 2004, o ICIF completou mais um passo e ampliou suas atividades no Exterior, com a abertura de duas novas sedes, na China e no Brasil, onde em 2005 se iniciaram os primeiros cursos. No Brasil a sede é em Flores da Cunha - RS, em convênio com a Universidade de Caxias do Sul.








Roberto Rabachino, presidente da Fisar International (Turim - Itália),  tem vínculo com a UCS- Escola de Gastronomia, e é, sem dúvida alguma, um dos grandes mestres das culturas enológica, gastronômica e enogastronômica que atuam no Brasil, dando vida e cores aos cursos que coordena ou participa. Dono de imensa cultura, passeia pelos rótulos, safras e países com desenvoltura e muito senso de humor.

Sob a coordenação e explicações de Rabachino fizemos um painel de degustação com os seguintes vinhos:

Espumante Giulio Ferrari 1997 - Chardonnay - aroma fermentário, bolo de frutas e banana; boca viva de maçã e amêndoas sobre traços mélicos; perlage intenso.


Champage Joseph Krügg 1996 - Chardonnay - cor mais evoluída, traços de oxidação, sobrepondo-se aromas e sabores do licor de expedição de base no Armagnac; boa acidez e perlage razoável.

Dom Pérignon 1995 - cor clara, aromas frescos, maçã verde, casca de pão, brioches, acidez evidente e perlage intenso.

Tignatello  1999 - Antinori - 80% Sangiovese + 15% Cabernet Sauvignon + 5% Cabernet Franc - 22 m barrica francesa - forte vermelho rubi, aromas e boca viva de muita fruta madura.



Château Margaux 1999 - 45% Cabernet Sauvignon + 45% Merlot + 5% Cabernet Franc + 5% Petit Verdot - cor íntegra rubi brilhante, frutas como cereja e sutil mentolado. Excelente.

Pio Cesari 1999 - um excelente Barolo, 36 m em carvalho, cor evoluída com traços levemente marrons, terroso, frutas muito maduras, traços de chocolate.


Château Haut Brion 1999 - 45% Cabernet Sauvignon + 45% Merlot + 10% Cabernet Franc - rubi escuro, vivo, frutas vermelhas (cereja) - taninos muito agradáveis - equlibrado e longo.


WANDER WEEGE, PERICÓ, HOMEM DOS VINHOS BRASILEIROS DE ALTA GAMA