segunda-feira, 13 de agosto de 2012

PIRÂMIDE DA QUALIDADE DOS VINHOS

Uma avaliação superficial da produção mundial de vinhos mostra que a distribuição dos rótulos pelos distintos níveis de qualidade e respectivos volumes, resultam uma figura aproximadamente piramidal. Na base um grande volume de vinhos de qualidade comercial, no topo os icones de qualidade excepcional.

Assim funciona em toda parte do mundo, de São Roque à Borgonha! Qualquer produtor trabalha o mercado com níveis diferentes de qualidade visando atender às exigências dos seus diversos padrões de consumidores. Se uma pessoa visita o Romanée-Conti e está disposto a adquirir uma caixa dos seus lendários vinhos, normamente sai com uma caixa mixta, com níveis diferentes de sofisticação e de preço  que, mesmo resultando num valor ainda salgado, é bem menor do que seis garrafas dos rótulos ícones.  Se visitamos uma vinícola em São Roque, poderemos escolher desde os garrafões de zurrapa até garrafas bordalesas com vinhos de viníferas. Cada bolso se dirige para um nível de qualidade e preço de vinho!

Não é nada fácil para um pricipiante entender rapidamente o complexo mundo do vinho. A produção mundial já ultrapassa a casa dos 30 bilhões de litros anuais. Mais da metade deste impressionante volume vem da França, Itália e Espanha.

Vamos tomar como exemplo a França, já que vinho francês para os pouco ilustrados é sempre sinônimo de alta qualidade. Embora esses números oscilem ano a ano, podemos atribuir à França uma produção anual mínima de 6 bilhões de litros, quantidade que se distribui em uma pirâmide, desde zurrapas agressivas na base, até ícones inalcansáveis no topo. Aproximadamente, 50% daquele volume, ou seja, 3 bilhões de litros de vinhos são do grupo desclassificado de Vin de Table (1,8 bilhões) ou do grupo básico de Vin de Pays (1,2 bilhões). A única vez que fui parar em uma enfermaria, foi na França, por causa de um péssimo e muito batizado Vin de Table que tomei!

É muito comum ouvir comentários de falsos entendidos que, mostrando pouco conhecimento de vinho,  soltam a língüa atribuindo generalizadamente a uma determinada origem (país, região ou produtor), preconceito do tipo "só produz zurrapas".

Se o cabeça-de-ostra afirma isso, por exemplo, dos vinhos da Cooperativa Aurora, que é a vinícola brasileira mais premiada no Exterior, certamente está demonstrando sua crassa ignorância. Esse "crítico" está comparando abacate com lâmpada de 200 W! No escuro da sua ignorância e na distância da sua falta de critérios, as formas até que podem enganar aos mais distraídos! 

Qualquer que seja a origem de um vinho ele estará sempre retratando a qualidade da uva colhida e as práticas enológicas. Um vinho corrente francês resulta de alta produtividade por videira e da adição de vinhos baratos originados do norte da África. Não é correto compará-lo com quyalquer vinho de qualidade mundial elaborado no Brasil, como também é injusta a comparação  de vinho brasileiro bom, nível de preço R$ 60,00, com vinhos ícones de preços muito altos.  

A produção brasileira de vinhos, desconsiderando a maior parte que realmente é zurrapa bseada em uvas híbridas americanas, gira em torno de 60 milhões (valor chutado) que também estão distribuídos em uma pirâmide de qualidade e volume. Na base estão vinhos simples para consumo corrente e no topo estão vinhos premiados e exportados para a Europa, Canadá, Estados Unidos etc.

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