quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CADEIA PRODUTIVA DA UVA E DO VINHO SELA ACORDO PARA MODERNIZAÇÃO

Fruto de uma série de reuniões e de debates entre as entidades representativas dos produtores de uva, cooperativas, vinícolas e processadoras de suco, o setor assinou na noite desta terça-feira (17), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha, um acordo que visa estabelecer diretrizes para modernizar e qualificar a produção vitícola e seus derivados no Rio Grande do Sul. Os termos do documento visam estimular o agricultor a fornecer uvas com melhores padrões de sanidade e maturação, proibindo o uso da fruta com baixo teor de açúcar para elaboração de suco de vinhos. Na outra ponta, visa fortalecer os vínculos das vinícolas com seus fornecedores a fim de dar garantias de recebimento e pagamento da safra. Assinaram o acordo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), a Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), o Sindicato Rural Patronal e a Comissão Interestadual da Uva.
 
“O documento demonstra que as entidades têm toda a boa vontade de buscar uma condição melhor por meio de um denominador comum. O mais importante neste momento é que saímos alinhados sobre a necessidade focarmos na qualidade seja por parte do produtor de uva, da indústria e do mercado”, declarou o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Alceu Dalle Molle. “Sempre pregamos a qualidade, mas agora estamos colocando no papel algo que é de suma importância para o futuro do setor. Este é o primeiro passo de muitos que iremos dar de forma conjunta”, salientou o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin.
 
Uma tabela com a graduação mínima para recebimento das uvas pelas empresas apresenta valores progressivos até 2017. Em cinco anos, a moscato branco para elaboração de espumantes não poderá ter menos que 14 graus babo e as demais variedades viníferas, 18 graus babo. Já nas variedades destinadas ao suco de uva e vinhos de mesa, a graduação mínima estabelecida é de 14 graus para a bordô e de 15 graus para as demais americanas e híbridas.
 
O documento também estipula que as vinícolas empreendam esforços na realização de contratos de longo prazo e de prestar assistência técnica a seus fornecedores, assim como agilizar o recebimento da uva no momento da entrega pelos produtores. “Este acordo vai ao encontro do plano de ajuste e modernização proposto pelo setor vitivinícola que prevê investimentos de R$ 200 milhões em vinhedos, na parte de elaboração e no mercado nos próximos quatro anos”, explica o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Henrique Benedetti.
 
O ajuste é positivo para todos os lados, pois vamos dispor de produtos de melhor qualidade para o consumidor já que retira do mercado os sucos e vinhos produzidos com uvas de baixa qualidade. Ao mesmo tempo, estimula o produtor a investir em tecnologia e modernização, pois ele receberá uma remuneração maior”, acrescenta o presidente da Associação Gaúcha de Vinicultura (Agavi), Eumar Viapiana.
 
O documento assinado na presença do diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/Dipai), Silvio Isopo Porto, ainda estabelece compromissos para a União e o governo do estado na intensificação do uso de políticas públicas de garantia dos preços mínimos e de escoamento da produção para equilíbrio dos estoques. Para garantir que os termos do acordo sejam cumpridos, as instituições se comprometeram a buscar junto aos órgãos governamentais a priorização do acesso aos recursos das políticas públicas às empresas e viticultores que estejam cumprindo as regras estabelecidas.
 
“O acordo é um passo para a produção efetiva de qualidade, pois foi amplamente discutido entre todos. Sabemos que ainda não é o suficiente para atender aos diferentes interesses da cadeia produtiva, mas o mais importante é que o setor está unido, sabendo respeitar as diferenças naturais que existem”, comentou Porto. “Este é um acordo feito entre o setor privado e que o governo vê com muito bons olhos”, concluiu o representante do governo federal.
 
Nas próximas semanas os dirigentes da cadeia produtiva se reunirão novamente para estabelecer questões como o preço mínimo para a próxima safra, a tabela de ágios e deságios para a uva de acordo com o grau de maturação e variedades e o estabelecimento de prazos de pagamento da produção.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

VINHO BRASILEIRO - TROFÉU SACA-ROLHAS DESTACA VINÍCOLAS DE 2012

O Ibravin é a entidade mais representativa do vinho brasileiro, embora ainda esteja devendo uma presença mais marcante nas regiões vitivinícolas fora do Rio Grande do Sul. Não obstante, cabe ao Ibravin o papel de capitanear as iniciativas em prol da visibilidade dos vinhos do Brasil, Para o coroamento das atividades do setor em 2012, o Ibravin divulgou as vinícolas brasileiras que se destacaram em distintos critérios.
 
 
Esses ds destaques do ano foram divulgados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) na noite de terça-feira (11) na Estação Bangalô, em Bento Gonçalves (RS).
 
 
No mercado interno, as vinícolas participantes do projeto Vinhos do Brasil escolheram Júlio César Kunz, da Dunamis Vinhos e Vinhedos, como profissional destaque do ano. A Dunamis ainda foi eleita a empresa do ano na categoria pequeno porte. A Dal Pizzol foi escolhida entre as vinícolas de médio porte e a Miolo, pelo segundo ano consecutivo, foi a melhor entre as de grande porte. A Dal Pizzol foi destaque também na categoria Projeto Imagem pela recepção aos jornalistas convidados pelo Ibravin este ano. O conselheiro com maior participação nas reuniões do Conselho Deliberativo do Ibravin em 2012 foi Gilberto Pedrucci, do Sindivinho-RS. Todos foram premiados com o troféu Saca-rolhas. Cerca de 170 representantes e lideranças do setor vitivinícola estiveram presentes.
 
 
No mercado externo, pelo projeto Wines of Brasil, realizado pelo Ibravin em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Miolo ganhou, pelo quarto ano consecutivo, na categoria maior valor exportado e maior número de países, obtendo um crescimento de 17% nas vendas de vinhos e espumantes para 21 países. O maior crescimento nas vendas ao exterior foi obtido novamente pela Salton, com acréscimo de 610% nos seus resultados de 2012, na comparação com 2011. A Aurora foi a vinícola que mais participou das ações realizadas pelo Wines of Brasil este ano. O destaque no Projeto Primeira Exportação (PPE) foi para a Vinícola Kranz, de Santa Catarina. O profissional destaque do ano foi Rosana Pasini, da Aurora, que, pela primeira vez, foi eleita nesta categoria. A Aurora ainda recebeu o troféu Saca-rolhas por ter sido a empresa que mais participou das ações do Projeto Suco de Uva 100%.
 
 
O gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini, destacou o incremento das ações de promoção comercial realizadas nos mercados interno e externo, alcançando um total de 249 iniciativas. “A participação em 14 feiras no Brasil e exterior geraram uma prospecção de negócios no valor de R$ 6 milhões”, disse ele. O Circuito Brasileiro de Degustação chegou a sete capitais brasileiras este ano, envolvendo 28 vinícolas e atraindo 4.200 pessoas. Foram realizadas 11 edições do Projeto Comprador, com a vinda de 63 empresários para negociar diretamente com 26 vinícolas brasileiras. Dentro do Projeto Imagem foram feitas 32 edições, com a presença de 29 vinícolas que receberam 71 formadores de opinião, 51 jornalistas nacionais e internacionais e 210 sommeliers brasileiros. A Escola Vinhos do Brasil, criada para treinar garçons, sommeliers e maitres da Serra Gaúcha, capacitou 177 profissionais de 37 restaurantes em cinco municípios.
 

O grande destaque do ano foi o Projeto Carnaval, que culminou com o título em Porto Alegre da escola de samba Estado Maior da Restinga, com o tema “Da Mitologia a Realidade, a Tinga de Taça na Mão, Vinhos do Brasil: sinônimo de qualidade, saúde, prazer e prosperidade”. Foram vendidas 900 taças de espumantes nas arquibancadas do Sambódromo de Porto Alegre e 1.200 pessoas passaram pelo camarote Vinhos do Brasil.

 
A gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan, informou que foram promovidas oito master class (palestra com degustação) de vinhos brasileiros em quatro países este ano, tendo a participação de 300 jornalistas, sommeliers e compradores internacionais. Ao todo, 14 empresas integrantes do Wines of Brasil estiveram presentes nestes eventos. Foram realizadas 32 degustações em 12 países com 30 empresas envolvidas. “Temos muito a comemorar, pois o vinho brasileiro ganho mais espaço no país e no mundo”, comentou Andreia. A base de usuários das redes sociais mantidas pelo Ibravin sobre os vinhos brasileiros duplicou este ano. Ainda foram realizados seminários de capacitação e missões técnicas para aprimorar o conhecimento das empresas e buscar novidades.
 
Veja os destaques de 2012
 

Vinhos do Brasil

 
1) Destaque do Projeto Imagem 2012: Dal Pizzol
2) Destaque Empresa de Pequeno Porte 2012: Dunamis
3) Destaque Empresa de Médio Porte 2012: Dal Pizzol
4) Destaque Empresa de Grande Porte 2012: Miolo Wine Group
5) Profissional destaque de 2012: Júlio César Kunz (Dunamis Vinhos e Vinhedos)
6) Conselheiro com maior participação nas reuniões do Conselho Deliberativo do Ibravin em 2012: Gilberto Pedrucci (Sindivinho-RS)

Wines of Brasil


1) Maior valor exportado: Miolo Wine Group
2) Maior crescimento em exportação em 2012: Salton
3) Maior participação em ações do projeto em 2012: Aurora
4) Destaque PPE (Projeto Primeira Exportação): Kranz
5) Profissional Destaque 2011: Rosana Pasini (Aurora)

Suco de uva

1) Maior participação em ações do projeto em 2012: Aurora


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VINHO BRASILEIRO - PRODUTOS E ENOTURISMO DIVULGADOS MUNDO AFORA

A promoção do país e da cultura brasileira no mercado internacional de turismo ganhará reforço dos vinhos e o apelo dos polos produtores nacionais no próximo ano. Nesta quarta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) assinam um termo de cooperação técnica que prevê a degustação de vinhos e a distribuição de material promocional do enoturismo do país em eventos no Exterior. O termo será assinado durante a manhã, em um coquetel às 11h, no auditório da Embratur, em Brasília.
 
A cooperação será focada nos eventos realizados nos países selecionados como mercado-alvo do projeto Wines of Brasil. Entretanto, também haverá distribuição de material promocional em mercados considerados não-prioritários, além de ação em uma feira gastronômica internacional considerada de relevância estratégica. “A Embratur irá trabalhar a gastronomia como ponto estratégico na divulgação do Brasil como destino e iremos colocar o vinho neste contexto”, explica a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan. “Além da participação em eventos para divulgação dos nossos vinhos, queremos profissionais de gastronomia internacional para o Brasil a fim de trabalharmos na formação de opinião”, complementa.
 
O plano de ação começou a ser alinhavado durante a programação que antecedeu o seminário de Enoturismo e tem duração de 12 meses a partir da data de sua assinatura. A tendência é que o acordo seja revalidado nos anos seguintes a exemplo de parcerias com outros setores de produtos emblemáticos brasileiros como o café. Isto porque a agregação destes produtos valoriza o Brasil e sua cultura na promoção dos destinos.
 
“A Embratur vai começar a promover o vinho brasileiro no exterior como já está fazendo com a nossa gastronomia. É uma maneira de divulgarmos também nossa cultura, com toda riqueza e diversidade que a caracterizam”, observa Flávio Dino, presidente da Embratur.
 
Em linhas gerais, enquanto a Embratur se responsabilizará pela disponibilização de espaço e estrutura, o Ibravin oferecerá o material promocional e colocará um profissional para realização das ações. Além das feiras de turismo, a Embratur realizará eventos para divulgação das cidades-sede da Copa em 2014.
 
O acordo ainda prevê trazer ao Brasil formadores de opinião e jornalistas para conhecer o potencial do setor. Um desses grupos será formado por chefs de renome internacional que serão convidados a participar de um evento gastronômico em São Paulo. O outro grupo será de profissionais da imprensa dos países considerados prioritários que visitarão a Serra Gaúcha e assistirão ao carnaval de São Paulo, no dia do desfile da Vai-Vai. Em 2013 a escola de samba levará para a avenida o vinho brasileiro como tema-enredo.
 
A promoção dos produtos vitivinícola brasileiros no mercado externo já conta com o apoio da Apex-Brasil e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Agora, soma-se a esta iniciativa a Embratur que, além de promover vinhos e espumantes, irá apresentar as potencialidades do enoturismo no Brasil.
 
AÇÕES PREVISTAS NO TERMO DE COOPERAÇÃO
 
- Evento Internacional de Gastronomia
 
- Feiras Internacionais de Turismo
 
- Eventos de divulgação das Cidades-sede dos jogos da Copa
 
- Famtours (Projeto Imagem)

VINHO BRASILEIRO - LANÇADO O 4° EVENTO BENTO EM VINDIMA

O 4º Bento em Vindima anunciou na noite de ontem (10), mais uma safra repleta de novidades em torno da cultura da uva e do vinho. A apresentação da edição 2013 - que ocorre de 12 janeiro a 17 de março - foi realizada no Centro de Eventos do Hotel Villa Michelon, reunindo o trade turístico, convidados e a imprensa. A programação traz inúmeras novidades e reforça atrativos tradicionais que encantam milhares de turistas seduzidos pelo período da colheita.
 
As atrações que integram a programação do evento foram apresentadas pela secretária de Turismo Ivane Fávero, que também fez uma avaliação das edições anteriores. Serão 65 dias de programação, envolvendo as cinco rotas – Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra, Vinhos de Pinto Bandeira, Rota das Cantinas Históricas e o Vale do Rio das Antas – além de pontos turísticos isolados. Entre os atrativos, destaque para a degustação de uvas, cursos de degustação de vinhos, colheita noturna, Ciclo de Cinema, participação na colheita e na pisa das uvas, visita às vinícolas, jantares harmonizados, Jantar sob as Estrelas, caminhada ecológica, Vinhedo do Mundo, filó italiano, entre outros. “Desde a primeira edição, em 2010, até agora, temos qualificado o evento, tornando-o mais atrativo turisticamente. E nosso principal objetivo, o de aumentar o fluxo e a permanência dos turistas na cidade durante os meses de verão - antes considerado um período de baixa temporada – foi alcançado”, comemorou Ivane.
 
Para o presidente do Bento Convention Bureau, Gilberto Durante, o Bento em Vindima contribui para a fixação da marca Bento Pura Inspiração no cenário turístico nacional. “Ano a ano, vem ganhando mais importância e se tornando mais conhecido”. Ele acrescenta que o evento permite ao município competir com os destinos de praia. “É uma opção diferenciada para quem prefere a Serra Gaúcha, podendo celebrar a colheita da uva participando de uma programação diferenciada”.
 
Representando as entidades do turismo local, o presidente do COMTUR, Rinaldo Dal Pizzol destacou a importância do evento para todo o setor turístico. “Comprar vinhos hoje em dia é algo que pode ser feito em qualquer lugar do país ou do mundo. O que nós conseguimos com o Bento em Vindima é mostrar ao turista que nossa cultura é atraente, e que ele pode vivenciá-la conosco”.
 
Para comemorar o sucesso do evento e as ações do trade turístico nos últimos quatro anos, os convidados confraternizaram ao som de Cris Tomasini e Taísa Baldissera, integrantes da banda Viccia, de Bento Gonçalves. A programação completa do 4º Bento em Vindima estará disponível no site www.turismobento.com.br a partir da próxima semana. O 4º Bento em Vindima é uma promoção da Secretaria Municipal de Turismo (SEMTUR), com realização do Bento Convention Bureau, Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) e Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS/Região Uva e Vinho).
 
Assim, a cidade gaúcha de Bento Gonçalves se consolida, cada vez com maior ênfase, na liderança da vitivinicultura brasileira.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENOLOGIA TEM NOVO PRESIDENTE

O jovem enólogo Luciano Vian é o novo presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Ele foi eleito pelos associados em Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 06 de dezembro, e estará assumindo o cargo hoje ocupado pelo enólogo Christian Bernardi. O encontro, que reuniu enólogos associados e conselheiros, ocorreu no Centro de Eventos do Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves.


Enólogo desde 1989, Vian começou a participar da ABE em 2008, onde exerceu atividades como secretário e vice-presidente. Construiu sua trajetória profissional na Vinícola Don Giovanni - instalada no roteiro Vinhos de Montanha, região reconhecida com a Indicação de Procedência Pinto Bandeira -, onde atua desde 1990 e, atualmente, exerce a função de enólogo responsável.

 
A Assembleia foi conduzida pelo presidente Christian Bernardi, que depois de apresentar o relatório de atividades da Gestão 2012, coordenou os trabalhos de eleição da diretoria para a Gestão 2013. O novo presidente assume a entidade a partir do dia 1º de janeiro, juntamente com sua diretoria.

 
Objetivos propostos

. Promover a Enologia e a Viticultura juntamente aos enólogos, proporcionando um constante aprimoramento técnico, através de palestras, degustações, cursos, congressos e demais ações;

. Como entidade de classe, promover e fomentar a Associação Brasileira de Enologia, junto aos seus associados e as novas regiões vitícolas;

. Atuar no fortalecimento e reconhecimento da profissão de Enólogo;

. Trabalhar e fomentar a integração e troca de experiências entre as associações de enólogos;

. Formar um painel de Enólogos, capacitado e harmonizado em análise sensorial;

. Promover maior interação junto aos alunos do IFRS- Campus Bento Gonçalves;

. Avaliar e desenvolver uma maior aproximação junto as Seções Regionais;

. Continuar a ampliação literária da biblioteca da ABE;

. Manter uma linha de trabalho, dando continuidade aos trabalhos e compromissos assumidos na gestão anterior;

. Continuar mantendo uma interação com o Conselho da ABE;

. Promover a criação de comitês , para atuar em assuntos específicos, conforme necessidades;

. Promover uma maior integração da ABE junto aos seus associados;

. Trabalhar junto aos fornecedores da indústria vitivinícola, fortalecendo o intercâmbio de conhecimento junto aos associados da ABE;

. Fortalecer as degustações temáticas, alternando os temas e locais. Reavaliar os moldes das mesmas para que atendam os diferentes anseios dos associados;

. Dar continuidade aos eventos já programados para 2013, como Avaliação Nacional de vinhos, Concurso do Espumante Brasileiro e demais compromissos assumidos nas gestões anteriores.

DIRETORIA ABE - GESTÃO 2013

Presidente: Luciano Vian

Vice-Presidente: Leocir Bottega

1° Tesoureiro: Dario Crespi

2° Tesoureiro: Gabriel Carissimi

1º Secretário: Dirceu Scottá

2ª Secretária: Joice Seidenfus

Diretor Social: Christian Bernardi

Diretores de Eventos: Juliano Perin e André Luiz Faria Peres Júnior

Diretores de Degustação: Gilberto Simonaggio e Daniel Salvador

Diretora Cultural: Antonio Czarnobay

Diretores Técnicos em Viticultura: Carlos Abarzúa e João Carlos Taffarel

Diretores Técnicos em Enologia: Edegar Scortegagna e Samuel Cervi

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

GRAN IDENTIDADE CORTE - UM NOVO ÍCONE DA CASA VALDUGA

Tenho recebido muitas amostras de vinhos de vinícolas brasileiras e de produtores estrangeiros para que o grupo do meu blog possa degustar e produzir comentários reais. Algumas amostras que não alcançam uma clasificação mínima ou que resultem em opiniões conflitantes, deixam de ser comentadas.

O blog reserva seu espaço somente para os rótulos com maiores destaques na qualidade ou de maior entusiasmo na aprovação.

Mais um bom rótulo nos chegou da Casa Valduga, neste caso explorando as promissoras possibilidadres da região gaúcha da Serra do Sudeste que, centrada na cidade de Encruzilhada do Sul, apresenta condições climáticas muito importantes para a produção de vinhos com personalidade.

Na Serra do Sudeste o clima é temperado e com excelente insolação, disponibiliza noites amenas e invernos rigorosos, condições que possibilitam a adaptãção de muitos cultivares de viníferas requeridos na produção de vinhos potentes e bem estruturados.

Dentre as castas que apresentaram qualidade superior das uvas, a Casa Valduga, depois de muitos anos de testes, focou-se num corte de Merlot, Marselan e Arinarnoa, que recebeu o rótulo com a denominação de Gran Identidade Corte.

O Gran Identidade Corte fortalece ainda mais a noção da identidade da Serra do Sudeste, atualmente um celeiro de vinhos de alta gama como os espumantes Chandon, os tranquilos Lidio Carraro e o vinhos de garagem Marco Danielle.

Completam a linha Identidade os vinhos Premivm Marselan, Premivm.

O Gran Identidade, pela sua complexidade e boa estrutura, casa-se bem com pratos mais fortes. 
 
 
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A DANÇA DOS VINHOS NO BRASIL

O consumo per capita de vinho no Brasil continua muito baixo, mesmo se incluídos os números decorrentes do descaminho através das fronteiras mais meridionais do país e da comercialização da produção não oficializada de muitos  pequenos e médios produtores.
 
Uma tentativa de explicar o consumo per capita estacionário no patamar ridículo dos 2 litros é que, embora venha aumentando o consumo de vinho por uma porção da sociedade de maior poder aquisitivo, a base da população geral cresce numa maior proporção, anulando qualquer toque de incremento do índice.
 
Outra justificativa aceitável é que estamos de certa forma alinhados ao fenômeno mundial, no qual se observa uma redução do consumo per capita por conta da maior seletividade dos vinhos consumidos.  Neste sentido, os vinhos comuns (de híbridas americanas) mostram regressão quando estacionados há anos no nível de comercialização de 220 milhões de litros anuais.
 
Isso demonstra que, embora esteja aumentando os novos apreciadores, outros estão fugindo deste padrão baixo de produto e, no conjunto, estão bebendo vinhos de viníferas que, mais caros, fazem a contenção da quantidade de consumo.
 
Enquanto isso, nossos maiores fornecedores de  vinho, a Argentina e o Chile, igualmente têm experimentado uma redução do consumo por conta da troca por vinhos de maior qualidade, ou seja, tomam menos quantidade de rótulos melhores. Para onde vão indo as sobras de seus vinhos de viníferas de baixa qualidade ?
 
Uma parte está presente na enxurrada de zurrapas de baixos preços que têm invadido o Brasil. Esses produtos não contribuem em nada para a evolução de conhecimento enológico do brasileiro. O mérito inegável é o de que podem atrair o enófilo brasileiro para vinhos de viníferas, mesmo que sejam, às vezes, criollos sem alma e sem qualidade. O vinho fino importado ainda lidera este tipo de mercado no país.
 
O único consolo vem dos vinhos espumantes brasileiros que vêem enfrentando os importados com clara superioridade pela sua reconhecida qualidade. Desde muito os espumantes brasileiros desenharam uma ascensão permanente, com uma participação no mercado nacional oscilando em torno de 64%.
 

PINOTAGE - UMA HÍBRIDA QUE DEU CERTO!


 

As híbridas não são o modelo de base para vinhos que merecem comumente a admiração dos vitivinicultores e dos apreciadores de vinho, mas o cultivar híbrido Pinotage tem recebido aprovação e difusão através do mundo vitivinícola. 
 
O hibridador responsável foi o Prof. Abraham Perold da Universidade de Stellenbosch, centro da indústria do vinho na África do Sul que, em 1925, cruzou Pinot Noir com a Cinsault (lá conhecida como Hermitage).

Deste cruzamento ele conseguiu ter somente quatro sementes, fato inusitado e complicador para continuar suas experiências. Porém, sem se abater, o professor muniu-se de cuidados especiais e plantou as quatro sementes no jardim de sua casa de Welgevallen.

Ao final de 1927, Perold foi trabalhar na vinícola gigante KWV, em Paarl, para onde teve que se mudar, ficando sua casa abandonada. A universidade enviou jardineiros para uma limpeza do terreno da casa e o Prof. Niehaus, que sabia da história das quatro sementes, fez questão de visitar a casa antes da capina e resgatou as videiras.
 
Essas quatro plantas conhecidas como Perold's Hermitage-Pinot foram replantadas no viveiro da Eisenburg Agricultural College, onde alimentou as experiências do Prof. Theron que enxertou-as sobre quatro tipos de estaca cavalo. 
 
Perold ficou muito animado com o potencial das videiras enxertadas e conversando com Theron, resolveram mudar Pinotage e selecionar a videira de maior vigor que tornou-se matriz para material de difusão da nova variedade.
 
O primeiro vinhedo dessa propagação da Pinotage foi formado pelo Prof. Waal em Eisenburg que alimentou a primeira vinificação em 1941, tornando-se forte argumento para a formação do primeiro vinhedo comercial de Pinotage na região, em 1943. Em distintos concursos de vinhos sulafricanos as amostras de Pintage ficavam sempre em primeiro lugar  até que, em 1969, foi iniciado o engarrafamento e a comercialização.


O vinho da Pinotage não repetiu a palidez e o elegante corpo leve da Pinot Noir, assim como não copiou a leveza e a maciez da Cinsault. Desde o princípio seu vinho apresentou aromas próprios de amoras silvestres e um incisivo tanino persistente, enfim, tipicidade própria.  Como defeito grave inicial, aromas químicos lembrando acetona.
 
 
Quando, em 1991, a África do Sul encerrou a vigência de leis de segregação racial, a produção do vinho de Pinotage foi retomada e, neste ano, a amostra da Kanonkop no grande concurso Wine and Spirits, Londres, foi considerada por Robert Moldavi "the best red wine" do evento.
 
 
Vinícolas de melhor nível passaram a um trabalho de melhoramento do vinho através da redução da produtividade das videiras e da escolha da época melhor para colheita da uva. Na adega passou-se a conduzir a fermentação à temperatura mais alta, conseguindo assim por evaporação, eliminar os aromas químicos com traços de acetona.

Nos bons vinhos de Pinotage observa-se a cor púrpura profunda, portando para o olfato um sutil traço de borracha queimada, dominado por um leque de aromas vegetais e de frutas como a ameixa, banana, groselha preta e casca seca de laranja. Não raro, toques aromáticos remetem para o couro de luvas e o chocolate.